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terça-feira, 26 de abril de 2022

Estilo de vida


Fiz um novo perfil no instagram com a finalidade de me desafiar. Seria como uma terapia pessoal (Att: NÃO sou terapeuta), de me expor mais e finalmente chutar a timidez e a insegurança para bem longe. Não quero aqui me aprofundar demais no assunto, pois sei que o buraco é mais embaixo. Voltando à pauta, me detive a refletir, já que elegi, sem muita convicção, o tema como ponto central do meu novo perfil. Afinal o que é estilo de vida? 

Tenho para mim que tem a ver com objetivos, consciência e verdade, a minha verdade. Confuso? Explico.

Objetivos, porque tenho esse estilo de vida? Obviamente tem muito a ver com a minha personalidade. Começa com o local onde moro, em uma chácara, não tão longe da "civilização", mas o suficiente para me sentir protegida de olhares curiosos, já que nunca fui afeita a exposição. Além disso, gosto de tranquilidade e sou daquelas pessoas que convivem bem com o silêncio e comigo mesma. Não que eu more sozinha, mas o espaço generoso me permite ter privacidade. 

Gosto da sensação de que estou me cuidando, sem exageros ou modismos. Sou dessas pessoas que não comem carne, simplesmente porque me dá um incômodo. O ato em si de mastigar um pedaço de carne, cujo cheiro já me dá mal estar, me dá a sensação desagradável de que não sou diferente de um jacaré ou tubarão, duas espécies que me causam profunda aversão e pavor. Assim, não me identifico com rótulos como vegetariano, vegano ou qualquer outra coisa da mesma categoria, porque é um sentimento pessoal, íntimo, e não algo tão nobre como a preocupação com a natureza. É coisa antiga, de criança que foi se tornando forte com a idade. 

Gosto de viajar, de dirigir carros espaçosos e altos, porque valorizo conforto e me tranquiliza a sensação de que não irei ficar na mão, dirigindo um carro bruto, pé de boi, pau para toda a obra. Gosto de organização e beleza e fico incomodada com bagunça, sujeira e feiura. Quando falo de feiura e beleza, me refiro a lugares bonitos e limpos, a pessoas arrumadas, cuidadosas com as suas vestes e não desgrenhadas e ou desfilando etiquetas. Enfim, poderia discorrer mais, mas não quero cansar ninguém, nem a mim mesma. 

E onde entra a consciência e verdade? Para mim, consciência e verdade estão ligadas a conforto mental. É bem subjetivo e talvez confuso, porque sinto que está indiretamente ligada à minha insegurança e o velho medo infantil da crítica. Mas também está umbilicalmente ligada ao meu jeito de ser naturalmente fiel comigo mesma, à minha necessidade primordial de valorizar o conforto conquistado com lutas. E aqui entra a história do meu novo perfil, onde eu quero mostrar não uma vida glamorosa, cheia de facilidades, mas um estilo de vida conquistado, por vias sinuosas, e pedregulhos no caminho, que é a realidade das pessoas comuns.  

E é aqui que entram os desafios. Para quem viveu uma vida quase se escondendo, perdendo oportunidades por não querer entrar em disputas, com receio da derrota, as postagens não serão fáceis. Enfim, é tudo crescimento e superação. Quero olhar para o meu perfil e me sentir inteira, verdadeira, e não somente insegura sentada numa vitrine para todo o mundo olhar... Bom, nada tão dramático, afinal nem seguidores tenho, já que terei que conquistar meu espaço sem recorrer aos amigos e familiares. Também não pretendo usar o filtro clínico do meu olhar crítico, com as fotos. Usarei imagens onde não estou bem, às vezes até feiosinha, numa posição que não me favorece em nada, com uma roupa que parecia estilosa, mas que o volume da barriga jogou por terra. Darei mais importancia ao lugar, ao momento, às boas lembranças. Esta é a verdade que quero passar, o meu estilo de vida, ainda que com a vergonha da perna gorda, do nariz imperfeito, dos quilinhos a mais... 

A terapia seria simplesmente assumir o que sou, com meus medos, velhas inseguranças, nem boa, nem má, nem feia, nem bonita, nem rica, nem pobre, nem agressivamente feliz, nem infeliz... uma pessoa absolutamente comum. 

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