Tesouro dos remédios da alma

"No Egito, as bibliotecas eram chamadas de "tesouro dos remédios da alma". De fato, nelas curava-se a ignorância, a pior das enfermidades e a origem de todas as outras." (Jacques Bossuet).

 

A palavra informação tem sua origem na antiga Roma, vindo do latim, deriva de informare, que significa "dar forma",  já para a palavra arquivo não há grandes certezas, acredita-se que sua origem pode ter surgido na antiga Grécia, como arché e evoluído para archeion que significa "local de guarda e depósito de documentos", e a palavra biblioteca, vem do grego Biblio (livro), e teque (caixa, depósito). 

Sou do mundo

Nasci em Angola e lá morei até quase os 14 anos, quando a guerra tornou insuportável a vida das pessoas. Fomos então para Portugal, onde permanecemos quatro anos e meio. A vida, talvez o destino, não sei, talvez uma série de circunstâncias, nos levaram, a mim e à minha família, para o Brasil. Poderia ser a Venezuela, onde meu pai teve uma oferta de emprego, mas o Brasil, pela língua, tornou-se mais viável.

Olhando a Venezuela hoje... Ufa! Olha só do que escapamos.

Estou há tanto tempo no Brasil, que me faz sentir brasileira. A minha memória me prega peças. As lembranças do meu passado se confundem. O sotaque segue firme, marcante o suficiente para as pessoas ainda me perguntarem de onde eu sou... Carioca?!... Gaúcha?!... Arriscam! Não se estendem muito nos palpites. Já em Portugal, meu sotaque se tornou forte o suficiente para me tratarem como brasileira. A esta altura, já não me importa mais me apressar em falar que sou da terrinha. Bem, quase, quase... No passado só nos separava o mar, o mesmo mar que separa Portugal do Brasil, o Atlântico.

Gosto de pensar que já estive em três Continentes, que naveguei por dois Oceanos. Viajei um pouco pelo Canadá, um pouco pela América do Norte, e Sul, na Flórida, Bahamas e outras ilhas do Caribe, assim como um pouco pela Europa. Amo!!! Viajar tornou-se uma paixão, por ar, por mar ou por terra, e de trem, por favor. 

O prazer de viajar foi herdado por meus filhos que acabaram estudando fora e hoje, cada um vive em um canto do mundo, assim o prazer ganhou nova grandeza no campo das emoções. A vontade mesmo é de viver com a bolsa numa mão e a mala na outra. 

No último Natal marcamos encontro em Cork, Irlanda, já que minha filha, casada com um americano, que conheceu na faculdade em Middlebury, Vermont, nos EUA, está lá morando e trabalhando há mais de ano, e não pretende sair tão cedo. Aquela parada básica em Paris, uma corridinha em Dublin, e então Cork, onde nos aguardava a turma toda. O Rafael chegara de Montreal, Canadá e Dani, de São Francisco, Califórnia. 

Aproveitando as férias de todos, saímos para conhecer outras cidades. Espetacular o lugar, o encontro, a diversão, e essa vida de viagens, de conhecimento, de contato com outras culturas. Era hora de voltar, mas com um tempinho para visitar a sister em Londres, que lá mora há vinte anos, e abraçar a mom que ali passava uma temporada de férias.

De onde eu sou?
- Do mundo!!!