Equívocos em torno da moda

"Chique mesmo é não se exceder jamais!
Nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir." (Glória Kalil)

Hoje temos reality shows que são verdadeiras oficinas de conhecimento com riqueza de informação. É o caso dos programas que falam de moda. Com a presença intensiva de um convidado , na maioria pessoas comuns que aprendem a tirar proveito da moda. São profissionais do universo fashion, na sua maioria personal stylists, com a difícil missão de quebrarem pré conceitos em torno da moda.

O perfil dos participantes é bem  diversificado. Temos o grupinho quente, que usa a moda para soltar toda a sensualidade, caindo no velho equívoco que quanto mais pele à mostra... Tem os gritantemente apaixonados, usando tudo o que 'está na moda' e o oposto. Pessoas  incomodadas em discutir um assunto que declaradamente consideram fútil. Deste grupinho tem uma turminha bem preconceituosa, que não consegue esconder um certo ar de superioridade para quem não abre mão do cabeleireiro ou de uma rodada no Shopping, atrás de liquidações. E tem outro grupinho bem curioso. Gente que curte roupas bonitas, ávidas em acompanhar figurinistas, modelos, mas negam-se a sair da sua zona de conforto. Impensável para elas aventurar-se além dos velhos jeans e camisetas gigantescas. E as razões são velhas conhecidas, a exposição de um corpo que não as satisfaz. Todos, no entanto, com algo em comum: idéias equivocadas sobre o mundo fashion, beleza e uma visão distorcida do próprio corpo.

As surpresas surgem quando todos aceitam o desafio de usarem peças que habitualmente não usariam. Através de papos informais, os profissionais juntam informações dos participantes, escutam seus medos e anseios, sonhos profissionais, traumas que originaram inseguranças com respeito ao corpo e uma visão deturpada de si mesmo. Por vezes as coisas parecem acontecer num passe de mágica. O participante troca de roupa e quando se olha no espelho, vemos a surpresa e a admiração, diante da própria imagem. Mulheres descobrem que têm cintura, olhos expressivos escondidos atrás de madeixas que há muito não viam uma tesoura, meninas percebendo-se bonitas e mais próximas de seus ídolos. 

O tempo é curto, os pais profundos e logo uma boa parte se toca que está na hora de dar adeus aos traumas, substituir velhos conceitos e curtir a vida numa boa, de preferência em grande estilo. É preciso respeitar os profissionais da moda, dar crédito aos consultores de estilo, e aceitar que todos temos nossos dias de patinho feio e de cisne. Não é sempre que estamos saltitantes, brilhantes, cheios de vida. Todos temos nossos momentos e o corpo acompanha esses altos e baixos. Nem os ditos belos e famosos escapam. Aquele vestido com que nos sentimos fabulosas um dia, pode ser uma decepção em outro momento, expressão de outros sentimentos. Vamos respeitar isso, sem perder a pose. Essa é a hora de recorrer às peças clássicas, os coringas sempre oportunos. 

No final temos uma pessoa maravilhada num novo mundo recém descoberto. Mais do que isso, apaixonada por si mesma, segura de sua individualidade, confiante, intimamente feliz com a admiração alheia, sem pudores em exibir a vaidade nem suas curvas. Amando ser descolada, fashion, identificada na multidão, porque moda passa, muda, transforma-se mas o estilo é permanente - seu.

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Diferença entre Consultor de Imagem, Personal Stylist e Consultor de Moda

Oficina de estilo