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terça-feira, 6 de julho de 2010

Cool Hunter - O caçador de tendências

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Publicação mensal
Já se foi o tempo em que as agências de publicidade e marketing eram contratadas para antecipar tendências, fazendo as vezes de consultores de mercado para mercados – coolhunting. Entretanto a tendência ao profissional especializado deu lugar a uma nova atividade: O Cool Hunter.
Já deu para perceber que o profissional envolvido, o cool-hunter (cool=legal e Hunter-caçador), precisa ser alguém com um faro tão bom ou melhor que o de um perdigueiro, porque sentir no ar o que vai cair nas graças de um público, não é tarefa para qualquer um. Além disso ele precisa dar um feedback à empresa que o consulta sobre a receptividade do consumidor para um produto que vai ser lançado.
Assim o profissional deve, antes de mais nada, ser uma pessoa antenada com o mundo, sociável, ativa, curiosa, perspicaz e visionária. Na prática isto envolve informação, pesquisa e previsão. A previsão está ligada ao feeling da pessoa, à sua capacidade de observar, captar e interpretar o que está no ar, nas entrelinhas, fazer conexões.

Já deu para sacar que hoje em dia o Brasil é uma tendência. Os olhos do mundo estão aqui focados. O velho papo que se escuta há décadas de que o Brasil é um país de futuro, deixou de ser ladainha. Se um dia a vida pareceu parada para quem vivia neste cantinho do mundo e sentia que tudo acontecia lá fora, hoje a situação se reverteu. O mundo parece estagnado para além das fronteiras brasileiras. Rostos, acontecimentos, cenários tornaram-se maçantes, sem originalidade, percebemos que tradição, às vezes, pode ser um atraso de vida, pode implicar em um povo carente de imaginação, com uma visão limitada por padrões e comportamentos delineados historicamente, até mesmo expressões faciais e reações momentâneas refletem uma padronização, respostas amestradas de populações acomodadas a situações convenientes, a correntes de pensamento obtusos e deturpados, de que poder e evolução está ligado a tradição.
As tradições no Brasil estão ligadas à pulsão humana, à reação espontânea das massas. O comportamento irreverente e o famoso jogo de cintura são mecanismos que a população incorporou para sobreviver e esquivar-se à problemática de se viver em um país com mil dificuldades sociais, políticas e culturais históricas. O que gerou um povo cuja criatividade sem fronteiras dá vazão à economia informal imperante e fascina o olhar do caçador de tendências estrangeiro. Aqui ele pega padrões de cores, de formas, de sabores, de beleza, de mercado, pois além de tudo o brasileiro é um consumidor em potencial, ele mesmo um produto de tendências. Assim, o Brasil tornou-se um gerador internacional vivo e pulsante de tendências para o próprio país e o mundo, uma biblioteca viva para o Cool Hunter tanto nacional como estrangeiro.

Na prática os CoolHunters são observadores de tendência que definem mas também criam oportunidades, detectam brechas, fazem as coisas acontecer para empresas e seus produtos. Hoje eles estão por trás das pesquisas de mercado, (sabe aquele questionário inocente sobre nossos hábitos diários, gostos pessoais, etc que respondemos para concorrer ao Iphone da hora?) estão por trás de programações de TV, mas estão também pelas ruas, entrosados em grupos sociais, observando tudo, gente, cenários, hábitos, conversas, leituras, moda, comportamento. Essa captação de material de campo constante está associada a técnicas etnográficas de pesquisa e sociologia para alimentar novas idéias que surgem da interseção de várias atividades, técnicas, fontes e informações. E é uma atividade que não pode parar porque tudo hoje é visivelmente efêmero: moda, estilos, gostos e informação. O ser humano vive em um ritmo de auto reinvenção constante, entediado consigo mesmo, é como uma criança exigente por novidades e é esta pulsão que os caçadores de tendências têm que incitar provendo as grandes marcas de idéias e fomentando gostos e desejos.

A formação do Cool-Hunter
O Coolhunter é um estudioso, observador curioso, com uma capacidade analítica extremada. Precisa ter conhecimentos em sociologia, antropologia, psicologia, marketing, comunicação, design, gostar e conhecer arte, cinema, música, estar conectado às novas tecnologias e estar constantemente alerta porque suas informações precisam de renovação diária.

À parte isso, existem cursos extensivos que têm o propósito de desenvolver o espírito de observação e percepção e apresentar uma metodologia de trabalho para a pesquisa e leitura de tendências.

Para explorar mais:
abc Design - Perfil do CoolHunter
Cool Hunting
IED Brasil - Curso Cool Hunting

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Um comentário :

  1. Parabéns pelo texto. Achei este conteúdo no google, já li vários, mas o seu é show.

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